Ações ordinárias da Petrobras sobem forte, e Bovespa fecha em alta
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta nesta quinta-feira (23), em um dia de muita oscilação nas ações da Petrobras, depois da divulgação do balanço da empresa que mostrou prejuízo recorde de R$ 21 bilhões em 2014 e perdas de R$ 6 bilhões com corrupção.
O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, fechou em alta de 1,95%, a 55.684 pontos. É o maior patamar desde o dia 21 de novembro, quando o Ibovespa fechou a 56.084 pontos. Veja cotação
As ações ordinárias da Petrobras fecharam em alta de 5,63%. Já as preferenciais caíram 1,52%. No início do pregão, as ordinárias chegaram a cair mais de 6%, e as preferenciais, mais de 8%.
Os dois tipos de papéis tiveram movimentos diferentes porque as preferenciais dão preferência no recebimento de dividendos (a parcela dos lucros que é destinada aos acionistas) e na quarta-feira, ao anunciar o balanço, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou que a companhia não vai pagar dividendos relativos a 2014.
Disparada da Vale
As ações da mineradora Vale foram mais uma vez o destaque do pregão, diante de novo avanço nos preços do minério de ferro, e puxaram os ganhos da Bovespa. Os papéis ordinários da mineradora fecharam em alta de 8,43%, enquanto os preferenciais subiaram 6,56%. Na véspera, as ações da empresa já haviam registrado alta de mais de 9%.
As ações da Usiminas e da CSN também tiveram tiveram destaque, subindo mais de 6% perto do fechamento.
Papéis de bancos, com peso expressivo no Ibovespa, endossaram o avanço, com Itaú Unibanco subindo 2,71% e Bradesco ganhando 2,19%.
CVM abre processo para analisar balanço da Petrobras
A Comissão de Valores Imobiliários (CVM) abriu nesta quinta-feira um processo para analisar o balanço de 2014 divulgado pela Petrobras na véspera. Segundo a CVM, trata-se de um procedimento de análise inicial das demonstrações financeiras, o que não quer dizer que tenham sido identificadas irregularidades.
Na noite de quarta-feira, a Petrobras divulgou, com cinco meses de atraso, os números auditados do terceiro trimestre da companhia, e o balanço de 2014. A companhia registrou no ano passado um prejuízo de R$ 21,587 bilhões – o maior já registrado entre as empresas de capital aberto brasileiras desde 1986, segundo a consultoria Economatica. A petroleira não apresentava prejuízo desde 1991.